terça-feira, 12 de janeiro de 2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Sempre fomos virtuais?!
Nessa reflexão as ideias vão se entrelaçando, sem nenhuma pretensão conclusiva, de esgotamento. Assim, a proposta é orientada: valorizar o pensamento, as perguntas, ao invés de narrar um possível conhecimento sobre as coisas, as respostas.
A partir disso, que tal sair do problema da educação pelo próprio problema da educação? A linguagem é datada. Se hoje estamos na época virtual, outro modo de agenciamento surge para os homens. Então, seria a idéia de virtual uma precedência em relação aos problemas filosóficos educacionais?
As generalizações são processos que não dão mais conta de entender a complexidade de nossa contemporaneidade, pior ainda, barram a riqueza da multiplicidade e da diferença cultural. Estamos reduzindo toda a diferença a uma idéia comum para tentar compreender o mundo. Reduções sintéticas como ‘sujeito de conhecimento’, ‘sociedade de consumo’, ‘globalização’, ‘capitalismo tardio’ não abarcam a diversidade social. (Canclini, 2004)
Onde chegaremos reduzindo toda a riqueza da complexidade de nossa época, do nosso pensar? Com o advento do silício substituindo o carbono, e agora, com a proximidade da nanotecnologia micro-atômica, como construir pensamentos capazes de dar conta da potência multicultural dos saberes? Talvez, pudéssemos pensar esta questão sob o ponto de vista da diferença, enquanto multiplicidade de signo-virtual.
O homem e o mundo virtual estão (se é que estiveram) separados?
Em nossas aulas, reflexões surgiram e forçaram o pensamento em nós, como, por exemplo, ao pensar o limite do ato ensinar, enquanto representação epistemológica, diante da potência de estranhamento. Somos todos ciborgues? Pensamento estranho que, por sua vez, conduziram-nos a outros problemas: como a técnica se encaixou, exatamente, em nossa humanidade? O homem é um ser artificial e a técnica extensão dele? Ou o homem é racionalmente o senhor explorador e dominador da natureza? Como nos tornamos humanos, ou melhor, o que nos fez deixar de ser ciborgue: a razão, o senso comum, o contratualismo, a representação?
Platão subsume o devir às idéias, praticamente, barrando tudo que há de múltiplo, apesar de reconhecer que há algo de indomável na natureza.
Para Aristóteles somos seres superiores, porque somos instrumentados pela razão, entendemos a essência das coisas e, portanto, a verdade da origem de todas as coisas do mundo. Desse modo, a razão e a linguagem produzem um inventário das coisas do mundo, inaugurando o esquema de idéias representativas.
Na lógica cartesiana, o homem ocupa o lugar do conhecimento. Em relação à exploração da natureza, o homem é o senhor. Se por um lado não estamos limitados aos problemas religiosos e teológicos, surgiram os limites da normalidade humana, ou seja, fixou-se o homem no aqui e agora da representação humana.
Em Focault, a representação é o modo de ser da linguagem. Mas, para ele, a linguagem aos poucos vai deixar de ser representativa, porque este século já se prepara para a era moderna, a era da mídia eletrônica e televisiva. No entanto, a era contemporânea foi modulada pela representação, podemos concluir que ainda não saímos inteiramente disso.
Entretanto, se hoje estamos na época da dissolução da forma e da desconstrução do sujeito, as grandes verdades perderam sua força e o pensamento é válido pelo caráter libertador. Trata-se de se alimentar do que é estranho e diferente, reconhecendo a multiplicidade.
O desafio: a ressignificação
Se o homem antes tinha tempo de incorporar as novas transformações e adaptá-las ao seu mundo, o mesmo não acontece com o homem moderno. O problema que vivemos hoje é que as mudanças são tão rápidas que não temos tempo de adaptação.
E, pensar a natureza como natureza ou artifício é algo urgente, ignorar tal questão é vulgarizá-la. Enfim, este problema pode e deve ser pensado com mais cuidado, tanto em relação ao risco de manipulação pelas autoridades quanto pela demanda do mercado - setores apaziguados pela ideia do sujeito de conhecimento que faz uso responsável e eficaz da técnica e das novas tecnologias. Por isso, é importante buscar entender que tudo o que está acontecendo, está acontecendo “naturalmente” artificialmente.
As mudanças de domínio tecnológico exigem mudanças, outra subjetividade. Não há ponto fixo no processo técnico. A técnica é um devir do artifício. Ao inventar o novo, o homem pode alterar, inclusive, a sua compreensão de si mesmo, isto é, pode mudar a sua subjetividade e, até mesmo o seu modus vivente.
A partir disso, que tal sair do problema da educação pelo próprio problema da educação? A linguagem é datada. Se hoje estamos na época virtual, outro modo de agenciamento surge para os homens. Então, seria a idéia de virtual uma precedência em relação aos problemas filosóficos educacionais?
As generalizações são processos que não dão mais conta de entender a complexidade de nossa contemporaneidade, pior ainda, barram a riqueza da multiplicidade e da diferença cultural. Estamos reduzindo toda a diferença a uma idéia comum para tentar compreender o mundo. Reduções sintéticas como ‘sujeito de conhecimento’, ‘sociedade de consumo’, ‘globalização’, ‘capitalismo tardio’ não abarcam a diversidade social. (Canclini, 2004)
Onde chegaremos reduzindo toda a riqueza da complexidade de nossa época, do nosso pensar? Com o advento do silício substituindo o carbono, e agora, com a proximidade da nanotecnologia micro-atômica, como construir pensamentos capazes de dar conta da potência multicultural dos saberes? Talvez, pudéssemos pensar esta questão sob o ponto de vista da diferença, enquanto multiplicidade de signo-virtual.
O homem e o mundo virtual estão (se é que estiveram) separados?
Em nossas aulas, reflexões surgiram e forçaram o pensamento em nós, como, por exemplo, ao pensar o limite do ato ensinar, enquanto representação epistemológica, diante da potência de estranhamento. Somos todos ciborgues? Pensamento estranho que, por sua vez, conduziram-nos a outros problemas: como a técnica se encaixou, exatamente, em nossa humanidade? O homem é um ser artificial e a técnica extensão dele? Ou o homem é racionalmente o senhor explorador e dominador da natureza? Como nos tornamos humanos, ou melhor, o que nos fez deixar de ser ciborgue: a razão, o senso comum, o contratualismo, a representação?
Platão subsume o devir às idéias, praticamente, barrando tudo que há de múltiplo, apesar de reconhecer que há algo de indomável na natureza.
Para Aristóteles somos seres superiores, porque somos instrumentados pela razão, entendemos a essência das coisas e, portanto, a verdade da origem de todas as coisas do mundo. Desse modo, a razão e a linguagem produzem um inventário das coisas do mundo, inaugurando o esquema de idéias representativas.
Na lógica cartesiana, o homem ocupa o lugar do conhecimento. Em relação à exploração da natureza, o homem é o senhor. Se por um lado não estamos limitados aos problemas religiosos e teológicos, surgiram os limites da normalidade humana, ou seja, fixou-se o homem no aqui e agora da representação humana.
Em Focault, a representação é o modo de ser da linguagem. Mas, para ele, a linguagem aos poucos vai deixar de ser representativa, porque este século já se prepara para a era moderna, a era da mídia eletrônica e televisiva. No entanto, a era contemporânea foi modulada pela representação, podemos concluir que ainda não saímos inteiramente disso.
Entretanto, se hoje estamos na época da dissolução da forma e da desconstrução do sujeito, as grandes verdades perderam sua força e o pensamento é válido pelo caráter libertador. Trata-se de se alimentar do que é estranho e diferente, reconhecendo a multiplicidade.
O desafio: a ressignificação
Se o homem antes tinha tempo de incorporar as novas transformações e adaptá-las ao seu mundo, o mesmo não acontece com o homem moderno. O problema que vivemos hoje é que as mudanças são tão rápidas que não temos tempo de adaptação.
E, pensar a natureza como natureza ou artifício é algo urgente, ignorar tal questão é vulgarizá-la. Enfim, este problema pode e deve ser pensado com mais cuidado, tanto em relação ao risco de manipulação pelas autoridades quanto pela demanda do mercado - setores apaziguados pela ideia do sujeito de conhecimento que faz uso responsável e eficaz da técnica e das novas tecnologias. Por isso, é importante buscar entender que tudo o que está acontecendo, está acontecendo “naturalmente” artificialmente.
As mudanças de domínio tecnológico exigem mudanças, outra subjetividade. Não há ponto fixo no processo técnico. A técnica é um devir do artifício. Ao inventar o novo, o homem pode alterar, inclusive, a sua compreensão de si mesmo, isto é, pode mudar a sua subjetividade e, até mesmo o seu modus vivente.
sábado, 2 de janeiro de 2010
Cultura pós-moderna e o predomínio da imagem
Lendo alguns de meus colegas que discorreram sobre a escola e o mundo das novas tecnologias, tive o ímpeto de recorrer a dois autores que conheci neste curso, e não na disciplina aqui estudada, sobre o temido tema do mundo das imagens.
A sociedade da imagem, segundo Jameson (1991) se traduz em na transformação dos objetos em mercadorias, como por exemplo, os bens duráveis, os sentimentos, as experiências, ensaios de vida, onde tudo se converte em mercadorias destinadas ao consumo, onde os desejos são provocados e inculcados pelos meios de comunicação de massa. Portanto, uma sociedade, onde a presença da mídia é primordial para a expansão do capitalismo.
Buscando entender a cultura pós-moderna que pregoa Jameson, Lopes (1995) relata as principais características que fazem com que a imagem seja o cerne da sociedade atual. Para o autor as mesmas podem ser vistas como:
· Rotação de significantes - as imagens surgem por meio da rotação incessante dos elementos onde tudo é desfeito em um momento seguinte, sem que ocorra uma profundidade na produção cultural;
· Em lugar da razão abstrata, a pragmaticidade dos resultados - a pragmaticidade vai sendo banida da vida intelectual, isto é, alguns conceitos passam a ser absorvidos e outros naturalizados, re-significados, modificados ou substituídos;
· Em lugar da visão do social como uma totalidade, a descontinuidade sem centro – fragmentação da realidade social e cultural, a partir do uso das tecnologias, e pela comunicação de massa, pela informação intensa e rasa, sem reflexão, indo para uma multiplicidade de sentido que em si não possuem definição e referências mais sólidas.
Jameson (1991) parece ter claro que as linguagens midiáticas, vieram para transforma expressivamente os modelos da vida moderna. Nesse cenário, a cultura insurge baseada na imagem criada pelos meios, tais como: a televisão, os computadores, a publicidade, entre outros, suplantando a uma cultura literária que predominava até então.
Sem dúvida alguma se pode pensar que os componentes da esfera cultural foram convertidos plenamente em mercadorias, onde se ressalta o pensamento de Jameson (1991) que o avanço tecnológico e a imersão de novas tecnologias da informação, colocaram a produção e circulação de imagens como uma das mercadorias mais importantes do capitalismo multinacional ou tardio.
Deste modo, retrata a lógica cultural, como uma estetização da realidade social, citando que a expressão “capitalismo tardio” é:
[...] um sentido de que as coisas são diferentes, que passamos por uma transformação de vida que é de algum modo decisivo, ainda que, incomparável com as mudanças mais antigas da modernização e da industrialização, menos perceptíveis e menos dramáticas, porém mais permanentes, precisamente por serem mais abrangentes e difusas. Isso significa que a expressão capitalismo tardio traz embutida também a outra metade, a cultural, de meu título; essa expressão é não só uma tradução quase literal da outra expressão, pós-modernismo, mas também seu índice temporal parece já chamar a atenção para mudanças nas esferas do cotidiano e da cultura. Dizer que meus dois termos, o cultural e o econômico, se fundem desse modo um no outro e significam a mesma coisa, eclipsando a distinção entre base e superestrutura, o que em si mesmo sempre pareceu á muitos ser uma característica significativa do pós-moderno, é o mesmo que sugerir que a base, no terceiro estágio do capitalismo, gera a sua superestrutura, através de um novo tipo de dinâmica (JAMESON, 1991, pp. 24, 25).
Percebe-se que o pensar sobre o capitalismo tardio implica na mercantilização da cultura, onde a imagem contemporânea apronta por se constituir a em lógica sistêmica, que coloca a cultura imersa no mundo das mercadorias e constante produção de sentidos e significados.
Assim, a imagem e a produção de imagens ocupam uma posição de centralidade na vida societária e nas culturas contemporâneas. A análise do fato de a sociedade contemporânea ser crivada e dominada pelas imagens não deve, contudo, ser conduzida em tom de alarme de presságio, na qual os órfãos de valores e tradições poderiam idealizar e armar cegamente qualquer imagem que a cultura de massa sugere como modelo possível.
E “mesmo que o império das imagens seja total, ele não se confunde com o império do mal ou com o triunfo definitivo da alienação. Apesar da mídia comum, nem todas as imagens se valem” (EVANGELISTA, 1992, p.1).
Deste modo acredita-se que nem todas as imagens seduzem, e que nem tudo pode ser visto pela ótica da manipulação. Contudo, não se pode deixar de citar o pensamento de Mattelart (1992) que considera que sobre o pano de fundo da sociedade consumista de novas imagens é que se constrói uma sociedade cada vez mais transnacional, onde a criação de um mercado único de imagens aparece com um dos propósitos mais significativos da reorganização da industrial audiovisual.
Aluna MERCIA BRITO ( somente agora consegui postar, obrigada pela ajuda amiga)
A sociedade da imagem, segundo Jameson (1991) se traduz em na transformação dos objetos em mercadorias, como por exemplo, os bens duráveis, os sentimentos, as experiências, ensaios de vida, onde tudo se converte em mercadorias destinadas ao consumo, onde os desejos são provocados e inculcados pelos meios de comunicação de massa. Portanto, uma sociedade, onde a presença da mídia é primordial para a expansão do capitalismo.
Buscando entender a cultura pós-moderna que pregoa Jameson, Lopes (1995) relata as principais características que fazem com que a imagem seja o cerne da sociedade atual. Para o autor as mesmas podem ser vistas como:
· Rotação de significantes - as imagens surgem por meio da rotação incessante dos elementos onde tudo é desfeito em um momento seguinte, sem que ocorra uma profundidade na produção cultural;
· Em lugar da razão abstrata, a pragmaticidade dos resultados - a pragmaticidade vai sendo banida da vida intelectual, isto é, alguns conceitos passam a ser absorvidos e outros naturalizados, re-significados, modificados ou substituídos;
· Em lugar da visão do social como uma totalidade, a descontinuidade sem centro – fragmentação da realidade social e cultural, a partir do uso das tecnologias, e pela comunicação de massa, pela informação intensa e rasa, sem reflexão, indo para uma multiplicidade de sentido que em si não possuem definição e referências mais sólidas.
Jameson (1991) parece ter claro que as linguagens midiáticas, vieram para transforma expressivamente os modelos da vida moderna. Nesse cenário, a cultura insurge baseada na imagem criada pelos meios, tais como: a televisão, os computadores, a publicidade, entre outros, suplantando a uma cultura literária que predominava até então.
Sem dúvida alguma se pode pensar que os componentes da esfera cultural foram convertidos plenamente em mercadorias, onde se ressalta o pensamento de Jameson (1991) que o avanço tecnológico e a imersão de novas tecnologias da informação, colocaram a produção e circulação de imagens como uma das mercadorias mais importantes do capitalismo multinacional ou tardio.
Deste modo, retrata a lógica cultural, como uma estetização da realidade social, citando que a expressão “capitalismo tardio” é:
[...] um sentido de que as coisas são diferentes, que passamos por uma transformação de vida que é de algum modo decisivo, ainda que, incomparável com as mudanças mais antigas da modernização e da industrialização, menos perceptíveis e menos dramáticas, porém mais permanentes, precisamente por serem mais abrangentes e difusas. Isso significa que a expressão capitalismo tardio traz embutida também a outra metade, a cultural, de meu título; essa expressão é não só uma tradução quase literal da outra expressão, pós-modernismo, mas também seu índice temporal parece já chamar a atenção para mudanças nas esferas do cotidiano e da cultura. Dizer que meus dois termos, o cultural e o econômico, se fundem desse modo um no outro e significam a mesma coisa, eclipsando a distinção entre base e superestrutura, o que em si mesmo sempre pareceu á muitos ser uma característica significativa do pós-moderno, é o mesmo que sugerir que a base, no terceiro estágio do capitalismo, gera a sua superestrutura, através de um novo tipo de dinâmica (JAMESON, 1991, pp. 24, 25).
Percebe-se que o pensar sobre o capitalismo tardio implica na mercantilização da cultura, onde a imagem contemporânea apronta por se constituir a em lógica sistêmica, que coloca a cultura imersa no mundo das mercadorias e constante produção de sentidos e significados.
Assim, a imagem e a produção de imagens ocupam uma posição de centralidade na vida societária e nas culturas contemporâneas. A análise do fato de a sociedade contemporânea ser crivada e dominada pelas imagens não deve, contudo, ser conduzida em tom de alarme de presságio, na qual os órfãos de valores e tradições poderiam idealizar e armar cegamente qualquer imagem que a cultura de massa sugere como modelo possível.
E “mesmo que o império das imagens seja total, ele não se confunde com o império do mal ou com o triunfo definitivo da alienação. Apesar da mídia comum, nem todas as imagens se valem” (EVANGELISTA, 1992, p.1).
Deste modo acredita-se que nem todas as imagens seduzem, e que nem tudo pode ser visto pela ótica da manipulação. Contudo, não se pode deixar de citar o pensamento de Mattelart (1992) que considera que sobre o pano de fundo da sociedade consumista de novas imagens é que se constrói uma sociedade cada vez mais transnacional, onde a criação de um mercado único de imagens aparece com um dos propósitos mais significativos da reorganização da industrial audiovisual.
Aluna MERCIA BRITO ( somente agora consegui postar, obrigada pela ajuda amiga)
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