sábado, 2 de janeiro de 2010

Cultura pós-moderna e o predomínio da imagem

Lendo alguns de meus colegas que discorreram sobre a escola e o mundo das novas tecnologias, tive o ímpeto de recorrer a dois autores que conheci neste curso, e não na disciplina aqui estudada, sobre o temido tema do mundo das imagens.
A sociedade da imagem, segundo Jameson (1991) se traduz em na transformação dos objetos em mercadorias, como por exemplo, os bens duráveis, os sentimentos, as experiências, ensaios de vida, onde tudo se converte em mercadorias destinadas ao consumo, onde os desejos são provocados e inculcados pelos meios de comunicação de massa. Portanto, uma sociedade, onde a presença da mídia é primordial para a expansão do capitalismo.

Buscando entender a cultura pós-moderna que pregoa Jameson, Lopes (1995) relata as principais características que fazem com que a imagem seja o cerne da sociedade atual. Para o autor as mesmas podem ser vistas como:

· Rotação de significantes - as imagens surgem por meio da rotação incessante dos elementos onde tudo é desfeito em um momento seguinte, sem que ocorra uma profundidade na produção cultural;
· Em lugar da razão abstrata, a pragmaticidade dos resultados - a pragmaticidade vai sendo banida da vida intelectual, isto é, alguns conceitos passam a ser absorvidos e outros naturalizados, re-significados, modificados ou substituídos;
· Em lugar da visão do social como uma totalidade, a descontinuidade sem centro – fragmentação da realidade social e cultural, a partir do uso das tecnologias, e pela comunicação de massa, pela informação intensa e rasa, sem reflexão, indo para uma multiplicidade de sentido que em si não possuem definição e referências mais sólidas.

Jameson (1991) parece ter claro que as linguagens midiáticas, vieram para transforma expressivamente os modelos da vida moderna. Nesse cenário, a cultura insurge baseada na imagem criada pelos meios, tais como: a televisão, os computadores, a publicidade, entre outros, suplantando a uma cultura literária que predominava até então.

Sem dúvida alguma se pode pensar que os componentes da esfera cultural foram convertidos plenamente em mercadorias, onde se ressalta o pensamento de Jameson (1991) que o avanço tecnológico e a imersão de novas tecnologias da informação, colocaram a produção e circulação de imagens como uma das mercadorias mais importantes do capitalismo multinacional ou tardio.

Deste modo, retrata a lógica cultural, como uma estetização da realidade social, citando que a expressão “capitalismo tardio” é:

[...] um sentido de que as coisas são diferentes, que passamos por uma transformação de vida que é de algum modo decisivo, ainda que, incomparável com as mudanças mais antigas da modernização e da industrialização, menos perceptíveis e menos dramáticas, porém mais permanentes, precisamente por serem mais abrangentes e difusas. Isso significa que a expressão capitalismo tardio traz embutida também a outra metade, a cultural, de meu título; essa expressão é não só uma tradução quase literal da outra expressão, pós-modernismo, mas também seu índice temporal parece já chamar a atenção para mudanças nas esferas do cotidiano e da cultura. Dizer que meus dois termos, o cultural e o econômico, se fundem desse modo um no outro e significam a mesma coisa, eclipsando a distinção entre base e superestrutura, o que em si mesmo sempre pareceu á muitos ser uma característica significativa do pós-moderno, é o mesmo que sugerir que a base, no terceiro estágio do capitalismo, gera a sua superestrutura, através de um novo tipo de dinâmica (JAMESON, 1991, pp. 24, 25).

Percebe-se que o pensar sobre o capitalismo tardio implica na mercantilização da cultura, onde a imagem contemporânea apronta por se constituir a em lógica sistêmica, que coloca a cultura imersa no mundo das mercadorias e constante produção de sentidos e significados.

Assim, a imagem e a produção de imagens ocupam uma posição de centralidade na vida societária e nas culturas contemporâneas. A análise do fato de a sociedade contemporânea ser crivada e dominada pelas imagens não deve, contudo, ser conduzida em tom de alarme de presságio, na qual os órfãos de valores e tradições poderiam idealizar e armar cegamente qualquer imagem que a cultura de massa sugere como modelo possível.

E “mesmo que o império das imagens seja total, ele não se confunde com o império do mal ou com o triunfo definitivo da alienação. Apesar da mídia comum, nem todas as imagens se valem” (EVANGELISTA, 1992, p.1).

Deste modo acredita-se que nem todas as imagens seduzem, e que nem tudo pode ser visto pela ótica da manipulação. Contudo, não se pode deixar de citar o pensamento de Mattelart (1992) que considera que sobre o pano de fundo da sociedade consumista de novas imagens é que se constrói uma sociedade cada vez mais transnacional, onde a criação de um mercado único de imagens aparece com um dos propósitos mais significativos da reorganização da industrial audiovisual.

Aluna MERCIA BRITO ( somente agora consegui postar, obrigada pela ajuda amiga)

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