domingo, 6 de dezembro de 2009

Comunidade, eu e o outro

Impressionante. Não sou flamenguista, mas eu nem precisava ser para saber que neste exato momento existem dois times disputando um título nos gramados do Maracanã. A paz inquietante é de se estranhar a partir das 17h. Ok, deve ter algum juiz correndo de um lado para o outro. Mas a certeza é confirmada quando surge um gol. Os gritos exaltados parecem ser a mídia mais eficaz até hoje. Pronto, agora todos sabem que o time rubro-negro está em campo. E precisei partilhar isso. Torcer envolve paixão, sociedade, história, comunidade, eu, o outro. E comecei a escrever.

Uma pesquisa CNT/Sensus de 2007 confirmou que a torcida do Flamengo é a maior do Brasil, com 14,4%. Em segundo, um time de São Paulo, o Corinthians, com 10,5%. Em terceiro, o São Paulo, com 8%. Das 2 mil pessoas ouvidas, é curioso ver que 28,4% dizem não serem torcedores de clube algum. A maioria dos brasileiros (51,9%) diz gostar de futebol, 15,4% gostam “mais ou menos” e 32% não gostam.

É engraçado isso de se torcer por um time. Você ou “nasce” botafoguense, vascaíno, ou escolhe a torcida, se apega a um jogador de uma determinada época, ou mesmo tem uma empatia com as cores da camisa. E, a partir dali, você pertence a uma comunidade, seus afazeres são geridos pelos horários dos jogos, seu humor se baseia em qual situação estava quando foi soado o apito final. E as ruas parecem um Carnaval fora de época quando um time ganha. Carnaval não, cores homogêneas mesmo.

O jogo em si também é um espetáculo. O Coliseu ali está preparado para novas cenas. E uma grana que se envolve! Tanto para o evento em si quanto em, muito mais, marketing afora. É engraçado que é criado mesmo um perfil das ditas comunidades. Flamenguista tem cara de flamenguista, assim como o torcedor do Botafogo, do América, do Fluminense, do Vasco. E assim vai.

Trazendo isso para o universo da Mídia-Educação, o esporte é algo que está presente nas páginas de jornais, revistas, em conversas nas esquinas e, sim, conversas entre alunos. Isso faz parte do universo de quem está na escola. A maneira como se portar em um estádio, de como se respeitar a “comunidade” alheia e a forma produtiva como a paixão por um time pode ser aproveitada para o aprendizado de algum conhecimento podem ser pauta para uma longa conversa. Na verdade, passei por aqui e escrevi em alguns minutinhos depois dos gritos que ouvi após o gol do Flamengo e já percebi como o boca a boca ainda é uma mídia forte. Agora, deixa eu ver como está o jogo do Botafogo, também pertenço a essa comunidade. Mais tarde apareço novamente.

Aproveito e coloco o vídeo do Grupo Comunidade, baseado no texto de Roger Silverstone, para a disciplina de Mídia, Tecnologia da Informação e Novas Práticas Educacionais:

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