terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A LUTA POR UMA NOVA GLOBALIZAÇÃO


A minha análise, vai ser baseada na entrevista concedida pelo professor Milton Santos – um dos raros pensadores brasileiros cujas reflexões e produção teórica repercutiram não só além das fronteiras de seu país, como também além do âmbito de sua comunidade profissional, um intelectual comprometido com os grandes problemas e questões de seu tempo, sobretudo com aquelas parcelas da população marginalizadas pelo perverso processo de globalização ora em curso. Deixou sua marca de indignação e revolta por todos os meios e instrumentos nos quais teve a oportunidade de manifestar suas idéias, fossem eles textos acadêmicos, aulas na universidade, artigos de jornais ou entrevistas nos programas de televisão – à TV Cultura no ano de 1997. Quem quiser saber um pouco mais sobre esse intelectual deixo o primeiro vídeo da entrevista:

http://www.youtube.com/watch?v=BLugBvmzE58&feature=player_embedded

E para quem quiser ler toda a entrevista deixo o site na qual ela foi transcrita:

http://historiografia.ning.com/profiles/blogs/entrevista-com-milton-santos

A LUTA POR UMA NOVA GLOBALIZAÇÃO

Na entrevista de Milton Santos podemos perceber como ele destaca o papel da mídia nesse processo de globalização, ressaltando como os meios de comunicação estão voltados para o consumo material, mostrando como o mundo é comandado pelas grandes corporações e interesses internacionais. No entanto, ele procura mostrar que a informação, manejada pelo globalitarismo – o autor usa a expressão globalitarismo para expressar o totalitarismo que as nações hegemônicas impõem nas periféricas, seja no âmbito econômico, social ou cultural – pode ser utilizada de uma forma que leve a uma melhor solidariedade, trazendo uma nova interpretação. Tentando mostrar que os padrões da sociedade são outros, e não se direcionando somente para uma pequena parcela da população.

Santos salienta que o socialismo, praticamente não existe, pois o que restou dele já foi incorporado no sistema atual de globalização. Tendo ainda regiões isoladas, mas que se inseridas a globalização vão acabar com práticas capitalistas, como foi o caso da China.

Para ele, a sociedade hodierna tem se mostrado mais combativa com o modelo de desigualdade imposto pelos países hegemônicos. Tem-se uma realidade de dependência muito grande e que esse modelo de globalização acaba por tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.

No Brasil, ele repudia a forma como o país está aceitando o que ele chama de globalização perversa (globalitarismo), e não buscando uma forma própria de entrar nesse processo de globalização, que seja menos desigual para a população. Ele chama a necessidade de um projeto nacional no caso brasileiro, para que o país não seja engolido por um processo econômico que deixe a situação social mais desigual.

Para ele, uma mudança na situação atual virá a partir do momento que os excluídos tomarem consciência da situação que eles estão, e saírem da posição de “conformismo”. Desta forma, pressionando o sistema para conseguir serem inseridos de uma maneira mais humana.

Essa nova globalização só não ocorre, segundo ele, porque os intelectuais não se colocam como pensadores dos seus países, mas sim com um pensamento que vai de acordo com o pensamento dominante (Estados Unidos e Europa). Ele afirma que é necessário produzirmos novos conhecimentos, para assim buscarmos outro tipo de globalização.

Aluno: Gabriel Vitiello

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