Cultura e Mercadoria. O que estas palavras têm em comum? Muita coisa!
De alguns séculos pra cá estamos vivendo um processo de virada cultural, onde a cultura não é simplesmente um símbolo de identificação social, mas sim um objeto de consumo, uma mercadoria.
Este processo de virada cultural nasce nas transformações do processo produtivo (bastante moderno), e principalmente do processo educativo (em sua maioria ainda bastante tradicional), que passou a ser guiado pelos interesses dos donos dos meios de produção. Mas de que maneira estes ideais carregados de interesse eram difundidos pelos detentores do poder? Através da informação.
A utilização da informação foi um agente poderoso nas transformações sociais e culturais de uma maneira geral. No bojo das mudanças, as relações substantivas como a organização das atividades, as instituições e as relações na própria sociedade, e as relações epistemológicas , como conceituações e interpretações se voltaram para a direção que os discursos ideológicos da mídia queriam dar. Lembremos de que estes eram e ainda são os difusores da informação.
A cultura como rede de significados, pressupostos e identificações do meio social foi diretamente afetada pelos processos de transformação carregados de interesses. Estes passaram a reproduzir fatos e acontecimentos, que antes ocorriam em uma determinada comunidade em uma escala local, por exemplo, e passou a se manifestar em escala global.
Economia, cultura, padrões e valores sofreram um processo de globalização e invadiram novos lugares, onde havia outra identificação social de cultura, hábitos, comportamentos e valores.
Há uma hierarquia que segue estas quebras de barreiras culturais e identitárias, e que têm como cabeça os países centrais, num processo de ‘localismo globalizado’. Um exemplo seria a língua universal “inglês”, que é falada em países fora do domínio deste tipo de colonização; as comidas que se tornaram universais, como o hamburger, hot dog, japanese food, etc.
Integra também a hierarquia de influência cultural o processo de ‘globalismo localizado’’, que seria uma espécie de invasão sofrida pelos países periféricos, que acabam por transformar as práticas culturais internacionais em condições locais. Um bom exemplo acontece no Brasil, com a inclusão de celebrações como a festa do Halloween e o grande teor de músicas de língua inglesa tocando nas rádios, etc.
Um resultado marcante que destaco deste complexo processo é um multiculturalismo instaurado nos espaços sociais. Desta forma as sociedades convivem com a presença de imigrantes portadores de outra cultura e de outros hábitos, e em alguns casos, aderem às práticas destes. Um bom exemplo disso é uma das cidades que é metrópole mundial, Nova York.
A linguagem, que também é uma prática social que atribui significados para o mundo ganha novos significados, de acordo com a ótica e a cultura prévia que se tem do objeto, ou seja, a atitude que se tem em relação a linguagem.
Desta forma, cultura e identidade são palavras que se completam, já que tudo depende da forma como a linguagem que as transmite é expressada e entendida pela sociedade.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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